• Baixada Fluminense | 08/11/2025 - 10:40
Enviado por Demétrio Sena em

ANTES DE "VIRAR ESSE DISCO"

Demétrio Sena - Magé

Sim; entendi muito bem que a impunidade geral no fim da novela Vale Tudo foi um misto de proposta reflexiva, crítica social e denúncia. Um "tudão", como aqueles cachorros quentes que "levam" salsicha, maionesse, batata palha, tomate, alface, outros complementos, até não serem mais cachorros quentes. 
Esse fim de novela teria sido perfeito em sua proposta, se as cenas não tivessem sido soltas, corridas e muito; muito improvisadas... e os vilões não tivessem sido tão simpáticos, engraçados, caricatos e até "fofos". Do início ao fim, a Odete, a Maria de Fátima, o Marco Aurélio e outros vilões de porte menor foram amados, pelas maneiras como se apresentaram. Eles e seus crimes foram normalizados e tiveram total admiração dos expectadores. É aquele conceito "verde-amarelo" equivocado e distorcido da franqueza; do "ser quem é"; "mostrar a cara".
Até a subserviência do mordomo da família Roitman (não lembro o nome, como os Roitman mal sabiam e nem lembravam seus aniversários) foi muito mal apresentada. O que seria uma reflexão sobre a síndrome de Estocolmo do trabalhador brasileiro... sua desvalorização e invisibilidade... a bajulação de muitos, a tal ponto de abrirem mão da aposentadoria, por sentirem pena de quem os esnoba, invisibiliza e massacra, também se apresentou de forma quase justificável, normalizada, como se aquele trabalhador fosse muito digno, e não há dignidade em alguém ser assim.
Ainda bem que os vilões de Vale Tudo, especificamente, embora muito parecidos com pessoas reais, não são físicos. Se fossem, ocupariam cadeiras na câmara federal, no senado, e seriam fortes candidatos direitistas à presidência do Brasil, cujos vilões de fato (ainda bem), atualmente metem os pés pelas mãos. 
...   ...   ...

Respeite autorias. É lei

 

Sticky Menu
COLOR SKINS
COLOR SCHEMES