• Baixada Fluminense | 26/11/2025 - 10:44
Enviado por Demétrio Sena em

CLÁUDIO CASTRO E SUA POLÍTICA PANFLETÁRIA

Demétrio Sena - Magé

Tira barricadas; põe barricadas... tira, põe; põe, tira. É um carrossel sem fim. Uma ciranda que se afigura interminável, porém, sempre nasce pré-datada para momentos muito convenientes aos que a promovem. No fim das contas, com ou sem barricadas, o crime não dá trégua e a bandidagem segue o seu fluxo notoriamente crescente, como no Rio de Janeiro. Jamais decrescente. As explosões de violência evidenciam que as ações letais (também para os cidadãos) do governo Cláudio Castro são todas panfletárias, eleitoreiras e desastrosas em seus resultados.

Há um tom de brincadeira entre o poder público estadual e a bandidagem do Rio de Janeiro. Como se o governo, via polícia, combinasse com os chefões do tráfico e das milícias: "Vocês nos oferecem sacrifícios, alguns resultados dignos de mídia, e nós não atacamos a base, o cerne, ou seja; vocês". Com isso, o governo faz barulho, atrai e contrata mídias, e a bandidagem "faz sua parte": Cedendo "cordeiros" (bandidos menores que topam tudo e morrem na linha de frente), facilitando apreensões e fingindo perder a "guerra", até o prestígio eleitoral do governo se recuperar.

Nessa campanha sórdida, estão envolvidos empresários na expectativa de privilégios... Ongs e outras entidades privilegiadas em editais... grupos específicos ligados ao poder público e igrejas. Igrejas são as mais privilegiadas, nas pessoas de seus líderes. Os membros, as pessoas simples - massas de manobra -, vivem da ilusão de poder sobre quem eles julgam pecadores e sobre os grupos religiosos minoritários, onde a promessa eleitoral não apresenta números tão expressivos.

O que pode realmente combater o crime é a inteligência que o enfraquece financeira e socialmente. É a investigação que alcança e prende os criminosos. Aquela que, quando os mata, é por absoluta necessidade. Não por política de matança indiscriminada, pois essa matança também inclui a população trabalhadora, simples e inocente. Matar inocentes não é política pública honrada.

Quanto aos índices de criminalidade pós-matança recente e pós-barricada zero, você pode correr o risco de averiguá-los, caso tenha coragem: entre naquelas comunidades, com ou sem barricadas, com ou sem os bandidos abatidos naquele tiroteio, e tente sair. Vá regularmente ao Centro do Rio de Janeiro pela linha vermelha ou qualquer outra via, sem levar o coração na mão. Não seja hipócrita. Elogie, mesmo, a política de segurança do Cláudio Castro e tente não fazer como aqueles fiéis que oram para parar de chover e depois saem: cada um com o seu guarda-chuva em mãos, evidenciando aquele bom e velho "por via das dúvidas".

Acreditamos muito fácil, no fácil. Na eficiência do imediatismo e do barulho. Na brabeza de festim dos políticos que precisam, desesperadamente, recuperar prestígio. Nas promessas de, pertinho do início das campanhas eleitorais, acabarem em poucos dias com o que deixaram ser construído por muitos anos. Cultuamos a política do enfrentar a bandidagem com bandidagem pior.

E agora, como forma de contribuição para fomentar ainda mais as desigualdades que fomentam o crime, nosso governo decidou aprovar, nas escolas públicas, alunos que não aprendem nada e são reprovados em várias disciplinas. Lá na frente, na hora da disputa desses alunos pelas oportunidades de trabalho, é que a sociedade verá, mais uma vez tardiamente: cada vez maiores explosões de violência, via criminalidade, que o próprio Castro ou outro governo prometerá extinguir em poucos dias, às vésperas das campanhas. E o povo? Ah, o povo... cada vez mais povo... sempre!
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Respeite autorias. É lei

 

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