JULIANA E O MUNDO COMO É
Demétrio Sena - Magé
A Juliana caiu no abismo. Sua queda iniciou uma história capaz de retratar a queda vertiginosa do mundo moderno; sem empatia, nenhuma solidariedade, com os olhos concentrados nos próprios umbigos. Desumana humanidade, que passa pela vida em um turismo egoísta, narcisista, extremamente frio e cruel.
Momentos de alegria, justa realização de um sonho, emoções que se tornaram possíveis para uma pessoa comum que trabalhava e tinha curiosidades de mundo acabaram em pesadelo. Pesadelo do qual não foi possível Juliana despertar para novas aventuras; para outras realizações que o seu trabalho honesto ainda lhe proporcionaria, talvez em novas férias... ou em alguma licença devidamente merecida.
Não foi uma fatalidade. A moça foi abandonada pelos guias turísticos, os companheiros de aventura e depois pelas instituições que deveriam tomar providências efetivas e urgentes. O poder público daquele país também cruzou os braços e ainda houve a maldade contemporânea das fake news, presentes em todos os campos de uma sociedade que há muito perdeu a própria essência.
O abismo é o mundo. A humanidade é morta-viva. Vazia do amor capaz de gerar os outros bons sentimentos plenamente capazes de salvar o mundo. Juliana foi deixada para trás, como o próprio ser humano se deixa, para ultrapassar o próximo, em um salve-se quem puder, mesmo quando existe salvação para todos.
Juliana representa os brasileiros que trabalham muito para terem direito a um pouco de realização pessoal. Juntam recursos com dificuldades, decidem entre um sonho e outro e abrem mão de muito pelo pouco a realizar. Brasileiros identificados como trabalhadores, por grupos para quem os que mais trabalham são relegados a um tanto faz que eu, você e todas as pessoas como nós conhecemos muito bem.
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