PARA REFLETIRMOS SOBRE NÓS
Demétrio Sena - Magé
Quando temos problemas que nos assolam fundo, parece que os outros não têm. Tudo fica no eixo dos nossos umbigos; do nosso narcisismo. Nessas horas, ninguém mais fará jus às nossas atenções. Todos vão se tornar inimigos em alguma escala, ou pessoas indignas dos nossos olhos. Da nossa voz.
Enquanto isso, ao nosso redor tantas dores e ranger de dentes; tantos mundos ruídos; roídos; quebrados em várias partes! Quantas mentes marcadas por dores profundas, e bem mais profundas e pungentes do que as nossas! Tantos corações apertados; olhares perdidos no vazio da ausência de perspectivas.
Mas o nosso infortúnio invariavelmente nos faz egoístas em alto grau. E nessas fases, tornamos culpadas até as pessoas mais queridas e solícitas. Por este sentimento é que, para nós, outras vidas não contam; só a nossa mágoa; nosso infortúnio; nossa desgraça que nem sempre é mesmo desgraça.
Porque temos tristezas, aos nossos olhos tudo mais é circo. Para nossa injustiça pessoal, tudo saltita sobre nosso infortúnio, que transformamos em folhetim. Nesse contexto doentio de auto comiseração, chegamos ao ponto em que só existem pragas humanas, onde as vistas podem alcançar.
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Respeite autorias. É lei