• Baixada Fluminense | 26/11/2025 - 19:08
Enviado por Demétrio Sena em

QUIMERA DE TOINHO 

Demétrio Sena - Magé

Não é ficção. O texto, é, mas a realidade que ele retrata, não. Vamos exercitar nossa humanidade? Vamos refletir?

O homem trajava terno. Saiu de seu carro e vomitou... vomitou muito. A rua estava deserta... quase deserta.
Do meio do lixo vem Toinho, para meio distante, assiste à cena. O homem de terno acaba, puxa um lenço, enxuga os lábios, olha em volta. 
Quando volta ao carro e vai, Toinho vem. Quer ver o que o homem vomitou. Olha pro chão, confere a gosma. Nela tem pera, uva, bife, arroz com salada, e a cor escura, deve ser da Coca-Cola. 
Toinho pensa nem sei quê. Melhor assim. Dá fim ao plano e sai tristonho. Quando é noite, os mesmos trapos, os piolhos que atormentam na sujeira da marquise.  
Mas a noite foi melhor... bem bem melhor! Foi de gala pra Toinho, no seu sono. Ele sonha que usa terno, sai de seu carro e vomita... vomita muito! Pera, uva, bife e arroz, salada e Coca-cola!
Só que o dia vem cruel... quando a luz lhe fere os olhos, Toinho acorda e chora mudo...  
Toinho não tem o que vomitar.
...   ...   ...

Respeite autorias. É lei 

 

Sticky Menu
COLOR SKINS
COLOR SCHEMES